domingo, 29 de agosto de 2010

Ignácio de Loyola Lopes Brandão/Por Pedro de Paula Corrêa nº24


Ignácio de Loyola Lopes Brandão nasceu em Araraquara, no dia 31 de julho de 1936, dia de Santo Ignácio de Loyola. Ele era filho de Antônio de Maria Brandão e de Maria do Rosário Lopes Brandão. Ele tinha ao todo quatro irmãos: Luiz Gonzaga, Francisco de Assis, José Maria e João Bosco.

Em 1944, cursou o primeiro ano na escola D. Cristina Machado. No ano seguinte transferiu-se para uma escola onde teve aula com a professora D. Lourdes de Carvalho. Seu pai, que chegou a publicar histórias em jornais locais e que conseguiu formar uma biblioteca com mais de 500 volumes.Fascinado por dicionários, chegou a trocar com seus colegas de classe palavras por bolinhas de gude e figurinhas. Bem mais tarde, esse fato se transformaria no conto "O menino que vendia palavras", primeiro a ser publicado pelo autor.

Em 1946, passa a estudar no Colégio Progresso de Araraquara. Participa de concurso de desenho patrocinado pelo Consulado da França com o tema "Como você vê a Paris libertada", sendo presentiado com os livros "Pinóquio" e "O barba azul".

Em 1948 ingressa no Colégio Estadual e Escola Normal Bento de Abreu, hoje Escola Estadual Bento de Abreu. Nesse período escreve seu primeiro romance num caderno, com o título de "Dias de Glória", policial cuja ação se passa em Veneza.

Em 1955, iniciou o seu curso científico.

O primeiro texto de Ignácio chamado "Rodolfo Valentino" virou um filme e foi criticado por alguns jornais.

Com o tempo começa a escrever reportagens, críticas de cinema e entrevistas em um diáriode Araraquara chamado "O imparcial". Nele aprende a arte da tipografia, lidando com composição com linotipo, clichê em zinco e paginação em chumbo. Em 1955 inaugura a primeira coluna social da cidade.

Se apaixona pelo cinema e participa, em 1953, das filmagens de "Aurora de uma cidade", semidocumentário dirigido por Wallace Leal. No ano seguinte funda o Clube de Cinema de Araraquara.

Concluído o curso científico, em 1956, muda-se para São Paulo e vai trabalhar no jornal Última Hora, tendo ali permanecido por nove anos.

Em 1961, participa como figurante de O Pagador de Promessas, dirigido por Anselmo Duarte, baseado em peça homônima de Dias Gomes, vencedor no Festival de Cannes em 1962.

No ano seguinte parte para a Itália, onde pretendia trabalhar como roteirista em Cinecittà. Enquanto vivia por lá, mandava reportagens para a Ultima Hora, fazia sinopses de roteiros e fazia coberturas — como a da morte do Papa João XXIII — para a TV Excelsior.

Na sua volta ao Brasil, começa a escrever o romance "Os imigrantes", com seu amigo José Celso Martinez Correa.

Em 1995, lança seu primeiro livro chamado "Depois do Sol".

No ano seguinte começa a trabalhar na revista Cláudia, como redator, chegando a redator chefe dois anos depois.

Em 1968, ocorre o lançamento de "Bebel que a cidade comeu", seu primeiro romance. O livro é adaptado para o cinema e recebe o Prêmio Governador do Estado de São Paulo de "Melhor Roteiro Cinematográfico". Ainda nesse ano, o escritor recebe o Prêmio Especial do I Concurso Nacional de Contos do Paraná por "Pega ele, Silêncio", publicado posteriormente em "Os melhores contos do Brasil".

Neste mesmo ano, a mãe de Ignácio falece aos 60 anos.

Baseado em seu conto "Ascensão ao mundo de Annuska", publicado em "Depois do sol", Francisco Ramalho filma "Anuska, manequim e mulher", em 1969.

No ano seguinte, casa-se com uma psico´loga chamada Maria Beatriz Braga.

Em 1972, é contratado para editar a versão brasileira de "Planeta", a primeira revista esotérica do Brasil, em 1972.

Neste mesmo ano, nasce seu primeiro filho.

Em 1974, escreve um romance chamado "A inauguração da morte".

Em 1975, após o lançamento de "Zero" no Brasil, Ignácio participa de inúmeros encontros com seus leitores, debatendo sua obra e a situação do país.

Em julho de 1976 "Zero" recebe o prêmio de "Melhor Ficção", concedido pela Fundação Cultural do Distrito Federal. Em novembro o livro é censurado pelo Ministério da Justiça e sua venda é proibida.

Em 1978, participou do júri do Prêmio Casa de Las Américas.

Em 1981, escreve o romance "Não verás país nenhum".

em 1985, participou das Jornadas Literárias na cidade de Passo Fundo.

Em 1988, lança o volume de contos e crônicas "A rua de nomes no ar". No ano seguinte, "Manifesto verde", que havia sido publicado em 1985 como brinde do Círculo do Livro.

Em 1993, começa a escrever uma crônica no caderno "Cidades" de "O Estado de São Paulo".

No mesmo ano seu pai falece aos 88 anos.

Afligido por fortes tonturas, descobre existir um aneurisma cerebral. Submete-se, em maio de 1996, a uma bem-sucedida cirurgia, que dura onze horas.

Em 15 de abril de 1997,inaugura, no Instituto Moreira Salles de São Paulo, a série "O escritor por ele mesmo".

Em 2000, recebe o Prêmio Jabuti de "Melhor Livro de Contos" por "O homem que odiava a segunda-feira".
Alguns de seus livros foram traduzidos em outras línguas como : alemão, coreano, espanhol, húngaro, inglês e italiano.

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